Os monstrinhos da RBS

     A volta da campanha pela educação infantil com os ”monstrinhos da RBS” é de se lamentar. Para quem é meu leitor e vive fora do Rio Grande do Sul, os Monstrinhos da RBS são personagens que a empresa Rede Brasil Sul de Comunicação, a RBS, afiliada da Rede Globo, lança seguidamente com a boa intenção de auxiliar na educação das crianças com músicas, histórias especiais e a frase: “O amor é a melhor herança. Educação para as crianças”. Os monstros como Mula Sem Cabeça, Bixo-Papão e o diabo, entre outros, ficam bonzinhos aos olhos das crianças.

    Não tenho nada contra a RBS. Trabalhei no grupo fazendo o Caderno do Litoral, mas me desculpem os colegas. É uma grande infelicidade colocar personagens bandidos para ensinar as crianças.

 

     Um fracasso institucional-pedagógico.

     Ora, qual o objetivo de colocar o diabo (usarei letra minúscula na letra inicial da palavra) como bonzinho? As crianças precisam ter o referencial do bom e do ruim. Isso irá desenvolver o senso crítico aos poucos do que ela encarará futuramente como positivo e negativo. O diabo é o ruim em qualquer lugar do mundo, mas a RBS faz dele o bonzinho. Justamente o diabo, o próprio anticristo. A negação de Cristo...

     Imagine uma criança em uma igreja, ouvindo falar do “Papai do Céu” como bom e do diabo como ruim. De repente, o diabo pela RBS aparece como um personagem bom! Um absurdo. Confunde a criança. Teve algum psicólogo que participou do texto, da criação desta campanha?

    Você pode me dizer que a campanha é um sucesso! Para as crianças, ingênuas, sim, mas e daí? Tem muito música que faz sucesso como “creu” e é um lixo cultural.

Por que os monstrinhos não são os anjinhos de Cristo, de Deus, por exemplo? Por que reforçar a idéia do ruim, principalmente o diabo, como merecedor de carinho pelas crianças?

    Foi mal, RBS.

   Para se educar devemos começar pela imagem positiva e sempre lembrando que o mal existe. Monstros são ruins, sempre foram. Por isso são monstros. O que é bom é “Papai do Céu”, anjos, curumins. O diabo é a perpetuação do mal. Fazer dele um personagem bom é enganar a criança, deixá-la confusa e sem referencial.

   Foi mal, RBS.